O Tracking foi desenvolvido em parceria com o IBOPE Mídia, por meio do Mídia Mix, e entrevistará durante duas semanas por trimestre cerca de 14.400 pessoas com 18 anos ou mais, das regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Distrito Federal, Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
De acordo com a pesquisa de pré-lançamento do produto, realizada no 4º trimestre de 2007, 33% da população possui cartão de crédito, mas apenas 23% o utilizaram nos últimos três meses. Destes, 49% utilizaram o cartão no último mês, 19% usou no mês anterior e apenas 9% nos últimos três meses. O que eu achei surpreendente foi isso: cartões de crédito são mais utilizados por homens (34%) do que por mulheres (31%).
As pesquisas vão cruzar diversos dados de uso dos cartões e até dados sobre inadimplência e endividamento dos usuários. Segundo o IBOPE, o Tracking vai proporcionar aos administradores de cartões dados precisos e confiáveis para a definição de seus objetivos estratégicos. Até quem não tem cartão será analisado se alguma vez na vida já teve ou assim que tentar adquirir um.
É fato que as instituições financeiras trocam informações a respeito de qualquer pessoa que tenha nem que seja uma conta Caixa Aqui, mas quando falamos abertamente em pesquisa de comportamento de uso, onde foi sua última compra, com quem você estava, se deve na praça ou não e qual a cor da sua cueca (calcinha), eu sinto que algo está errado. É justo que um prestador de serviços queira saber como seus produtos estão sendo utilizados, mas a partir do momento em que dados sigilosos de hábitos de consumo são disponibilizados para venda por uma empresa de pesquisas, penso que ultrapassa os limites do direito à privacidade.Como eu também sei que este tipo de coisa é inevitável e inerente ao avanço da tecnologia e no comportamento da sociedade, nos resta torcer para que estes dados sejam bem utilizados e funcionem ao menos para melhorar a concorrência entre as bandeiras dos cartões e diminuir algumas tarifas!
Pois é, vamos torcer pra que esses dados não parem nas mãos erradas e sirvam, de fato, para uma concorrência mais leal.
Abs,
Luciana