Este site mudou!

Agora estou com uma estrutura bem mais bonita e moderna. Em instantes você será redirecionado ao novo endereço do site que é pura propaganda!
Não foi? Então visite
www.30segundos.com.br
e aproveite para atualizar o seu bookmark.

Início

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Meu espaço (de trabalho)!

A nova edição do podcast do Financial Times Digital Business trouxe alguns comentários que me chamaram bastante atenção. Falavam sobre o contraste entre aplicações corporativas formais e redes sociais informais, como Facebook e MySpace. Como estudioso deste tipo de caso, posso até prever que em breve as redes sociais vão invadir o mundo corporativo.

Se você prestar bastante atenção em várias empresas, provavelmente vai encontrar duas organizações completamente diferentes. Há a organização formal, aquela representada nas caixinhas de um organograma. E existe a informal, a que é moldada na relação diária entre os empregados - conversas nos corredores, e-mails, telefonemas e cochichos em reuniões.

A organização formal é importante tão somente para determinar o quanto tal pessoa vai ganhar. Mas não chega nem perto da importância da organização informal. É ela quem governa o verdadeiro fluxo de informações e influências de uma companhia, que define quem está na crista da onda e quem não está, o que é importante e o que deve ser sumariamente ignorado.

Na maioria das empresas, o departamento de TI (Tecnologia da Informação) é infelizmente muito atrelado às necessidades da organização formal e por isso, ignoram a informal. Desenvolvidas através de muita elaboração, de cima para baixo, as chamadas aplicações empresariais se tornam rígidas, complicados sistemas alheios ao cotidiano do restante dos trabalhadores. Enquanto isso, a organização informal é muito bem suprida por programas simples como e-mail, PowerPoint e Excel. Como resultado, a maioria da informação realmente útil que flui em uma grande empresa nunca é armazenada nos bancos de dados corporativos ou amplamente compartilhadas pelos empregados. No fim, tudo acaba esquecido em algum micro na rede e ninguém mais ouve falar.

Isso é o que me traz ao MySpace, Facebook e outras redes sociais populares na Internet. Arrumar algum divertimento ali é fácil. Usados em sua maioria por estudantes e crianças, eles frequentemente são cheios de lixo da cultura popular, quase sempre dispensáveis. Mas não se engane com as aparências. As redes sociais são populares - e poderosas - porque são construídas em resposta a, e através das ações e conversas de seus membros. Comparando com os sistemas de TI corporativos, as redes sociais se moldam aos usuários ao invés de forçá-los a seguir padrões pré-estabelecidos.

Por serem tão naturais e intuitivas de se usar, essas redes acabam sendo mecanismos extremamente eficientes para registrar a vida real de uma organização humana. Servem não só como um meio flexível de comunicação mas também como maneira de identificar, refinar e adquirir informações valiosíssimas. Elas fazem o que os sistemas corporativos falham em conseguir: codificam e distribuem informações de maneira simples.

Dados estes benefícios, eu penso que as redes sociais serão inevitavelmente adaptadas ao uso corporativo. É claro que não será fácil. A segurança da informação é uma questão que não pode ser ignorada e nem subestimada, assim como será necessário que se criem protocolos de compartilhamento de informações relevantes dentro e entre organizações. E as implicações dessas mudanças nas políticas corporativas serão, para dizer o mínimo, interessantes. Imagine o que aconteceria se um organização informal repentinamente se tornasse tão visível quanto a formal. Talvez algumas pessoas no topo das caixinhas dos organogramas não fiquem muito satisfeitas, mas nesse caso, até a Teoria da Seleção Natural tem uma explicação a dar.

Posts Relacionados

Passe o mouse para comentar