Mais uma novidade no mercado super dinâmico da telefonia móvel. Desta vez, a Nokia, maior fabricante de celulares do mundo, anunciou intenção de compra da Enpocket, empresa estadunidense de publicidade para dispositivos móveis. A Enpocket detém a tecnologia para mostrar publicidade em celulares, inclusive inserindo vídeos e banners nas páginas visitadas pelos aparelhos e entre seus clientes há gigantes como Pepsi, Sprint, MasterCard e o Match.com.

Esta manobra vai de encontro aos interesses das operadoras e dos distribuidores tradicionais de publicidade como o Google, Yahoo! e outros portais. Os executivos da Nokia e da Enpocket acreditam que com a concretização do negócio, haverá uma mudança na padronização e na forma de distribuição de conteúdo patrocinado e publicidade para celulares. Para a Nokia, que nos últimos anos vem desenvolvendo novidades tanto de hardware como de software, esta é uma oportunidade muito promissora.

Se você acompanhou a movimentação deste mercado neste ano, viu que a Nokia não é a primeira e nem a única a iniciar esforços para distribuir este tipo de publicidade. O maior competidor da Enpocket, a Third Screen Media, foi comprado pela AOL e a Microsoft adiquiriu a ScreenTonic, outra empresa do mesmo ramo. E não pense que o Oráculo está fora dessa! O Google também anunciou que os anunciantes que usarem seus serviços também terão seus anúncios nos celulares.

Até agora, a publicidade móvel é modesta, limitando-se a banners, anúncios de texto simples via SMS, telemarketing e cupons promocionais. Essa simplicidade se deve ao fato de que os consumidores são muito resistentes a este tipo de comunicação e tendem a associar o anunciante aos spammers, sem contar no consenso geral de que telemarketing é uma das coisas mais irritantes da idade contemporânea. Mas para os defensores da mídia, os anúncios serão tão bem direcionados e tão úteis que os consumidores os verão com outros olhos. Um bom exemplo é o Starbucks que quer oferecer descontos para consumidores selecionados que se aproximam de uma de suas lojas. Naturalmente, os que defendem a privacidade deixam clara a preocupação com propagandas que determinam a localização de um telefone.

A Informa Telecoms & Media disse em um relatório que foram investidos mundialmente US$ 871 milhões em publicidade para celulares. As projeções, que não levam em conta as novidades que eu anunciei aqui, são de investimentos entre cinco e dezenove bilhões de dólares em 2011. Ou seja, é um negócio e tanto e se as maiores empresas do mundo estão investindo neste mercado é porque muitos lucros são esperados. Basta que os anunciantes utilizem este novo canal criativa e éticamente, se é que é possível.

*Li no Advertising Age